Que sistemas do nosso organismo são afectados?
- Aparelho cardiovascular;
- Sistema metabólico;
- Sistema pulmonar;
- Aparelho gastrintestinal;
- Aparelho genito-urinário e reprodutor.
Que sistemas do nosso organismo são afectados?
- Aparelho cardiovascular;
- Sistema metabólico;
- Sistema pulmonar;
- Aparelho gastrintestinal;
- Aparelho genito-urinário e reprodutor.
Numa consulta rápida na Internet em busca de resposta para esta pergunta, conforme os sítios (e eliminando as respostas mais excêntricas), obtemos respostas que vão desde a necessidade de ingerimos cerca de 1,5 litros de água por dia até aos 3 litros. Algumas páginas recomendam-nos que tenhamos em conta a totalidade de água contida nos alimentos, mas esta não se apresenta uma tarefa fácil, pois a quantidade de água presente nos alimentos é muito variável, quando comparada com a massa destes; desde quase zero, numa margarina ou óleo vegetal até aos mais de 96% no pepino, 95% na alface, 94% no tomate e no agrião, passando pelos 87% nos citrinos e nos pêssegos, pelos cerca de 50% na carne de vaca, ou pelos 12% nas farinhas ou no arroz (crú).
Parece que a obtenção da resposta correcta à questão colocada no título nos vai envolver em cálculos complexos, afectados por significativa incerteza, no entanto, como escrevi logo na primeira linha deste texto, a resposta não é complexa. Quer na Internet, quer através de familiares e amigos, que por vezes citam os seus médicos, é habitual ouvirmos dizer que devemos ingerir, além da água contida nos alimentos, pelo menos mais dois litros diários, mas a resposta correcta à questão não é assim tão exacta. A ideia de que precisamos de beber pelo menos dois litros de água por dia é apenas mais um dos muitos mitos que circulam.
A água é uma das substâncias que são estritamente reguladas pelo nosso organismo e o seu metabolismo é simples, o organismo só aproveita aquela de que necessitamos. A quantidade de água no organismo é regulada por hormonas que garantem a manutenção de uma determinada densidade do sangue normal. Quando desidratamos esta densidade aumenta e o organismo perde temporariamente menos água, somos então, “de imediato”, acometidos pela sensação de sede, sendo este um alerta para a necessidade de ingerirmos líquidos nos minutos seguintes. Quando estamos bem hidratados não temos sede, o que significa que o organismo não necessita que ingeramos mais líquidos. Se o fizermos, urinamos mais, pois são os rins que controlam a quantidade de água que deve existir no organismo, através do aumento ou diminuição do volume de urina, e se estiverem a funcionar normalmente dispensam qualquer ajuda externa.
Forçar a ingestão de líquidos quando deles não necessitamos é, no mínimo, inútil e em certos casos perigoso, pois a partir de certo volume de água ingerida, os rins podem ter dificuldades em eliminar a supérflua, diminuindo a osmolalidade (número de moles de soluto por quilograma de solvente transferido por osmose) do sangue, ou mais correctamente, do plasma, o que pode ter consequências bastante graves (convém não esquecer que, tal como já escrevi aqui, o veneno não está na substância mas sim na dose e, mesmo substâncias aparentemente inócuas, como a água, quando ingeridas em quantidade excessivas são prejudiciais à saúde), devido à diminuição da concentração de certos sais.
Que quantidade de água se deve beber, então? A resposta é muito simples: devemos beber toda a água (ou outra bebida sem álcool) que nos apetecer, sempre que tivermos sede, até que esse “problema” esteja resolvido, nem mais, nem menos.
Referência: Artigo da Harvard Medical School.
Em seres biologicamente inferiores, como os insectos, os peixes ou os répteis, o instinto sexual resume-se ao acto, em si. Mas à medida que percorremos as espécies, rumo às superiores, observamos um instinto sexual mais abrangente, que se vai iniciando muito antes e não se esgota na prática pura e simples do acto sexual, com a criação de relações/laços cada vez mais fortes entre os parceiros sexuais. O Homem, enquanto espécie superior (dispõe do mais evoluído sistema nervoso, o que faz dele o mais capaz de se adaptar a um determinado meio e simultaneamente, o mais capaz de alterar esse meio de acordo com as suas necessidades), não podia deixar de deter o mais complexo instinto sexual, estabelecendo as mais fortes relações afectivas com o seu parceiro.
E para que servem estes laços? Nas espécies inferiores, além de o instinto sexual se resumir à prática do acto, como referi acima, também os cuidados com os filhos (regra geral) cessam no momento do nascimento destes (tendo eles que se desenrascarem por si próprios desde o primeiro momento pós-natal), mas nas espécies superiores, pelo menos um dos progenitores (normalmente a fêmea) cuida e protege os filhotes durante os primeiros tempos de vida. Nas espécies de topo, ambos os progenitores reservam para si o direito de cuidar dos filhos, estendendo-o (regra geral) tanto mais no tempo, quanto mais evoluída é a espécie, pois as crias carecem de cuidados mais complexos. Estes laços, criados através de um evoluído instinto sexual, servem, portanto, para uma escolha criteriosa do parceiro e para fortalecerem a relação que, do ponto de vista da evolução da espécie, se deseja o mais duradoura possível.
Nas últimas décadas, por um lado devido a alguns métodos de contracepção e por outro devido às técnicas de reprodução assistida, sexo e reprodução aparecem, nos humanos (mas não só), um pouco mais dissociados. No entanto, um instinto sexual evoluído, isto é, que não se esgota (nem perto disso) na prática exclusiva do sexo, é indissociável da nossa condição humana e permanecerá connosco enquanto existirmos como a mais superior das espécies.
É ao conjunto de atitudes, comportamentos, impulsos, reacções, cumplicidades, que constituem o todo do instinto sexual humano e que se prolonga por toda a nossa vida, que chamamos sexualidade.
Esta sexualidade surge, por vezes, de forma incompleta: nalgumas, sobretudo na adolescência, sem a componente do impulso fisiológico (o chamado “amor platónico”); noutras, apenas com essa componente fisiológica, que conduz, dependendo dos indivíduos, à masturbação, ao sexo com um parceiro casual ou ao sexo pago (a primeira preferível às restantes, pois não envolve rico de contrair doenças sexualmente transmissíveis). Mas, dada a complexidade da nossa espécie, este “sexo pelo sexo” não é, na generalidade dos casos, sobretudo quando nos tornamos adultos, completamente satisfatório em termos psico-afectivos, nem perto disso, pelo que, a vivência de uma sexualidade plena implica o estabelecer de fortes relações afectivas com um parceiro sexual que connosco partilhe bem mais que alguns momentos de simples acto sexual.
Em resumo, a sexualidade humana apresenta duas funções: por um lado, o instinto básico que permite a reprodução; por outro, a criação de laços fortes e duradouros, entre os dois parceiros sexuais, susceptíveis de permitirem a partilha mútua da vida e de possibilitarem a protecção e a transmissão de valores, aos filhos, por parte de ambos os progenitores.
Referências: “Encenações e comportamentos sexuais: Para uma psicologia social da sexualidade” de Valentim Rodrigues Alferes; “Relações Afectivas e Saúde Mental” de Maria Cristina Sousa Canavarro; “Human Development” de Diane E. Papalia, Sally W. Olds e Ruth D. Feldman.