“Dosis sola facit venenum.” Paracelsus, 1538
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segunda-feira, 11 de julho de 2011

A cerveja e o consumo abusivo de álcool

«A cerveja é um dos primeiros inventos da biotecnologia humana. Isto é, da capacidade em utilizar seres vivos para executar determinada tarefa com vista a um objectivo bem determinado. Os seres vivos em causa na cerveja ocidental são dois, um vegetal e um fungo: a cevada (Hordeum vulgare) e as leveduras do género Saccharomyces. Bem domesticados, a cevada há quase 10 mil anos por povos neolíticos do crescente fértil, a levedura há cerca de sete mil anos pelos povos semitas (elamitas, sumérios e babilónios), a conjugação dos dois seres vivos permitiu aos primeiros usuários da biotecnologia obter um suco de composição complexa, no qual parte da energia solar fixada em açúcar pela gramínea (através da fotossíntese) é transformada pela levedura em etanol, através de um processo designado por fermentação alcoólica.

Sobre a mesa de um bar “cristalizavam” 45 garrafas de cerveja a perfilar a evolução do cronómetro em direcção à festa da noite. Cerca de 15 litros de cerveja (contendo, na totalidade, quase um litro de álcool etílico puro) trasfegavam entre tremoços os sistemas cardiovasculares e renais de três folgazões.

Enquanto diluíam a espera, reviviam heróicas epopeias passadas noutras ilhas etílicas, viagens imóveis por todo o universo a desafiar as Leis da Física. Num apelo à matéria quântica mal entendida, atentavam passar de um estado sóbrio a um outro dito ébrio, sem esforço, sem qualquer barreira de activação por ultrapassar, simplesmente através de um efeito de túnel sem dimensões. Contrastando com a volatilidade etílica, a força da gravidade mantinha os folgazões sentados, precavendo-os de uma previsível queda deambulante pela conservação do Momento. Nunca a certeza fora tanta de que a menor distância entre dois pontos é, claro está, uma linha curva (no espaço euclidiano)!

De quando em quando, a fisiologia das interacções biomoleculares, choques nanométricos entre moléculas feitas de átomos de hidrogénio, carbono, oxigénio, nitrogénio, enxofre, fósforo e alguns metais, obrigava a expulsar algum do líquido ingerido, feito urina. Mas o álcool etílico, ou etanol, molécula feita de dois carbonos, seis hidrogénios e um átomo de oxigénio, resiste em abandonar o corpo, rouba o lugar à água e permanece a agitar as membranas celulares, a alterar a viscosidade dos líquidos corporais, como o do ouvido interno que é garante da percepção de verticalidade (a ressaca fará disso eco em tontura, despojo de um ambiente bioquímico agudamente modificado). Intrometido entre a funcionalidade membranar, o etanol, qual pedra na engrenagem, altera relações cooperativas entre fosfolípidos e inúmeras proteínas funcionais a nível da membrana celular. Há assim mensagens que não passam, impulsos nervosos que se não sucedem. Com limiares alterados, as integrações neuronais resultam em soluções sem sentido, crescentemente incompatíveis com a harmonia dos gestos e das palavras. Surgem combinações novas num fogo de sinapses fátuas, genialidades insuspeitas numa consciência etílica sem memória.

Parafraseando Lavoisier (que, ao que consta, terá bebido cerveja), pai da química moderna, “nada se perde, nada se cria, tudo se transforma”, e no entretanto, muita história fica.»

António Piedade, Bioquímico, no Diário de Coimbra [texto (ligeiramente) adaptado]

O consumo continuado de quantidades apreciáveis de etanol (o álcool das bebidas) é tóxico para o organismo aumentando o risco de aparecimento de várias doenças. Mesmo ingerido esporadicamente em quantidades moderadas, o álcool afecta a nossa rapidez de reflexos e o equilíbrio, e causa sonolência. As bebidas alcoólicas devem, portanto, ser ingeridas de forma responsável, em pequenas quantidades.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Embaixadores da Saúde (3)

No passado dia 4 de Abril realizou-se, no auditório da escola, mais uma reunião entre os Embaixadores da Saúde e a Equipa de Saúde Escolar. A assistência, desta vez menos numerosa do que tem sido habitual, ouviu a Dr.ª Anabela Falcão questioná-la sobre qual tem sido o papel de cada um enquanto Embaixador da Saúde. Seguidamente, os presentes foram instados a reflectir sobre como é possível passar da informação à mudança de comportamento.

Posteriormente, falou-se dos perigos associados ao consumo de álcool e drogas e, por arrastamento, nos acidentes, que nos países desenvolvidos são a primeira causa de morte entre os jovens. A Dr.ª Anabela Falcão enfatizou que o que define o alcoolismo não é a embriaguez (que pode ser ocasional) mas sim a dependência do álcool.

A próxima reunião com os Embaixadores da Saúde ocorrerá no próximo dia 11 de Março, pelas 10:05.