Esta é, provavelmente, a pergunta
que na adolescência mais gostaríamos de fazer em matéria de sexualidade, mas
por vergonha a maioria coloca-a apenas a si próprio.
É habitual este tema preocupar
ambos os sexos durante a adolescência, nomeadamente nos anos anteriores ao
início da actividade sexual. No entanto, na idade adulta a preocupação com o
tamanho do pénis parece quase restringida ao homem. Inquéritos recentes
realizados pelo telefone (portanto sem valor científico) mostram que cerca de
metade dos homens está convencido que o seu pénis é demasiado pequeno, mas
apenas 5% das mulheres afirmam que gostariam que o pénis do seu parceiro fosse
maior.
Desconhece-se a origem desta
tendência masculina para se preocupar com o tamanho do pénis mas pensa-se que
terá surgido já em pleno século XX com a vulgarização da pornografia e sido
posteriormente inflacionada com a publicidade a produtos e a cirurgias que
alegadamente aumentam o tamanho do pénis. Como sabem, a Teoria da Evolução das
Espécies coloca os humanos na classe dos mamíferos e na ordem dos Primatas
(conjuntamente com os macacos, os símios, e os lémures). Apesar de o Gorila ser
o maior mamífero da ordem (de altura idêntica à do homem, variando entre 140 e 200 cm, mas muito mais
pesado, com oscilação entre os 140 e os 230 kg) é, no entanto, o homem que apresenta (de longe) o maior pénis
entre os primatas. Este facto deveria ser suficiente para nos acalmar, mas
assim não acontece com muitos de nós.
À nascença, a medida média de um
pénis de bebé é de 3,5 cm.
Mas nos dois primeiros anos de vida o seu crescimento (tal como o da
generalidade dos nossos órgãos) é acelerado passando a medida média para cerca
de 5 cm.
A partir desta idade o seu crescimento é mais lento, demorando dez anos para
conseguir um crescimento idêntico ao dos dois primeiros anos de vida. Assim,
quando começa a adolescência (final dos 12, início dos 13 anos, o pénis dos
rapazes não costuma ultrapassar os 6,5 cm de comprimento. Nestas idades o corpo
humano aumenta significativamente a produção de hormonas (nomeadamente sexuais)
e os pénis começam a adquirir erecções visíveis. Começam então as preocupações
com o tamanho e a espessura, tanto do pénis flácido como em erecção.
Curiosamente, em alguns rapazes o pénis, quando flácido, continua a crescer
acompanhando o crescimento corporal até aos 21 ou 22 anos, podendo atingir mais
de 10 cm
de comprimento. No entanto, muitos outros rapazes apresentam um crescimento
muito reduzido do pénis flácido e atingem a idade adulta com um pénis que,
quando estão com frio, pode não ir além dos sete centímetros de comprimento.
Calma! Uma coisa é a medida do pénis flácido, outra, a medida erecto. Na Grécia
antiga, por exemplo, um pénis flácido comprido era considerado ridículo e por
isso, o ideal de beleza da época obrigava a representar os deuses com pénis
flácidos pequenos, que significavam grande potência sexual e grande diâmetro quando
em erecção. Esta forma de pensamento atravessou todo o Império Romano e a Idade
Média, ganhando ainda mais força no período do Renascimento. O exemplo mais
famoso deste modo de pensar é a estátua do Rei David, escultura com 5,17 metros de altura,
da autoria de um dos mais famosos artistas de todos os tempos, Michelangelo.
Pénis de rapazes e homens adultos aparentemente pequenos, quando flácidos,
ainda hoje constituem um símbolo da potência sexual do homem em todos os países
de cultura judaico-cristã.
Então, porquê a preocupação com o
tamanho?
Tanto urologistas como
psiquiatras e psicólogos parecem concordar que se trata de uma insegurança
associada ao medo de não conseguir agradar visualmente à parceira, associada ao
mito urbano de que os pénis pequenos deixam as parceiras sexuais insatisfeitas.
Mas, afinal, quanto é que mede um
pénis normal em erecção?
Dada a popularidade do tema
“sexo” a internet está pejada de alegados estudos que na prática mais não são
que inquéritos directos, nos quais as respostas sobre o comprimento do membro
são dadas pelo próprio e, portanto, não têm qualquer credibilidade.
Considerando a delicadeza do tema, compreende-se que sejam conhecidos poucos
estudos científicos, em que as medições tenham sido efectuadas por
profissionais de saúde, de forma padronizada, abrangendo indivíduos de várias
etnias, com revisão por pares e publicação em revista científica. Credíveis,
portanto. Destaco os dois mais completos por abrangerem o maior número de
voluntários.
Um dos estudos é de 1996,
envolveu sete mil voluntários e foi publicado no “Journal of Urology”. Concluiu
que os pénis flácidos apresentam uma variação em tamanho muito maior que quando
estão em erecção e que a média do comprimento de um pénis adulto erecto é de 5,08 polegadas (12,9 cm).
Uma meta-análise (um estudo que
analisa vários outros estudos e é tido como o mais credível dos vários tipos de
estudos científicos) publicada na BJU International (a mais prestigiada revista
científica de urologia) em 2015, abrangendo um total de 15 521 medições
efectuadas em cerca de 15 países de quatro continentes (Europa, África, Ásia e
América) concluiu que a média do comprimento do pénis humano adulto, erecto,
medida na parte superior do órgão, entre a pele que cobre o osso púbico e a
extremidade da glande, é de 13,12 centímetros. Sendo que, apenas 1,5% dos
homens apresenta pénis menores que 11,5 cm e menos de 1% exibe pénis com
comprimento superior a 14,5
cm. O metaestudo concluiu também que o perímetro médio
do pénis adulto, erecto, medido na base, junto da pele que cobre o osso púbico
(local onde apresenta o maior valor) é de 11,66 cm. Tendo 99% dos
homens apresentado valores entre os 10 e os 13,5 cm.
Refira-se ainda, que os estudos
mais credíveis apontam para que a vagina de 95% das humanas adultas, quando
sexualmente excitadas apresenta uma profundidade não superior a 14 cm e a quase totalidade da
sensibilidade vaginal se situa nos 4 primeiros cm (junto à entrada).
Refira-se igualmente que em
medicina só se considera que um pénis adulto é pequeno e necessita de
intervenção médica quando em erecção apresenta um comprimento inferior a 7,5 cm. Problema extremamente
raro, que afeta menos de um em cada dez mil homens.
Refira-se finalmente, que não são
medicamente aconselháveis quaisquer cirurgias para aumento do pénis, a menos
que tal seja aconselhado por um urologista experiente, pois tais intervenções
têm inúmeros efeitos secundários graves que incluem a perda total de capacidade
de erecção.
Conclui-se assim, que são
totalmente infundados os receios dos rapazes e dos jovens adultos quanto às
dimensões dos respectivos pénis.