“Dosis sola facit venenum.” Paracelsus, 1538
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segunda-feira, 5 de julho de 2021

Não façam isto!

 

O JN noticiava ontem que, em Inglaterra, vários alunos usaram sumo de laranja para gerar falsos positivos em “testes rápidos” de detecção da infecção respiratória CoViD-19. O problema não é apenas dos “testes rápidos”, estende-se a todos os testes usados para detectar o SARSCoV2. Surgiu em testes rápidos porque são feitos por cada um de nós, enquanto que nos testes PCR a amostra é recolhida por outra pessoa.

Os testes procuram RNA e como sabem, todos os seres vivos (animais e plantas) o possuem, e os vírus também. Em meio extremamente ácido é mais fácil detectar este RNA, por isso, o sumo de laranja (limão, ananás, etc.) ou a Coca-Cola testam positivo para CoViD-19 tanto em testes rápidos como em PCR (basta fazermos o teste com o interior do nariz humedecido com uma das bebidas). Logo nos primeiros meses da pandemia surgiram na Tanzânia os primeiros “problemas” com uma cabra e um pawpaw (uma papaia local) a testarem PCR positivo para CoViD-19 tendo à época ficado a ideia que seria um problema exclusivo de um lote de testes. Na realidade acontece com todos os testes PCR e com todos os “testes rápidos”, desde que se trate de bebidas bastante ácidas, de origem biológica.

É tentador ficar duas semanas em casa depois de um teste positivo à CoVid-19, para mais, sem sintomas. Mas a continuação da proliferação de positivos (na sua maioria falsos) vai continuar a alimentar o pânico entre a maioria da população e poderá levar as autoridades a decidirem-se por mais medidas patéticas de contenção (com elevados prejuízos para a economia e para a saúde mental dos mais frágeis) ou mesmo por sucessivas doses de reforço da vacina (que já se insinuam) cujos efeitos secundários a longo prazo se desconhecem. Por isso, façam o favor de não copiarem, no próximo ano lectivo, a brincadeira parva dos colegas ingleses.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

A laranja de manhã é ouro, à tarde é prata e à noite mata

Este é um dos ditados populares mais ouvidos em Portugal, sobretudo nas regiões do interior do país. É, no entanto, como muitos outros ditos populares, um mito. Como facilmente se percebe, a frase relaciona hipotéticos benefícios ou riscos da ingestão das laranjas com o momento do dia em isso ocorre. Diz-nos que comer laranjas pela manhã é mais benéfico (ouro) e que esse benefício vai diminuindo ao longo do dia (à tarde, prata) tornando-se um alimento perigoso se ingerido depois do pôr-do-sol (à noite mata). A origem da frase é desconhecida, sabendo-se, contudo, que já era popular no século XIX, tendo, nos últimos anos ganho grande difusão com o advento da Internet (a frase (do título) apresenta mais de 7 mil ocorrências no Google). Não existe, no entanto, qualquer estudo científico que confirme esta hipótese. As laranjas são ricas em vitaminas (principalmente a C), em pectinas e em açúcares, devendo fazer parte de uma alimentação equilibrada, rica em frutas e vegetais. Além de prevenirem contra doenças causadas por falta de vitamina C (como o escorbuto, ou a perda de consistência dos vasos sanguíneos), contribuem (tal como outros citrinos) para a diminuição da “pedra” nos rins (doença designada por nefrolitíase). Em conclusão, podemos e devemos consumir laranjas (e outras frutas, preferencialmente alaranjadas, rosadas ou vermelhas) regularmente, independentemente da refeição (e hora do dia) a que isso ocorra. E já que falamos de mitos e de vitamina C, aproveito para informar que não há estudos científicos credíveis que provem que a ingestão de vitamina C possa contribuir para a cura ou para a prevenção tanto de gripes como de constipações. Este é também um mito bastante difundido.

Referência: N.º 1 de “O Quebra Mitos”, boletim de notícias da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo I. P., cujo autor é o Professor Doutor António Vaz Carneiro