“Dosis sola facit venenum.” Paracelsus, 1538

segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Alguns esclarecimentos sobre o uso das máscaras faciais


Tendo surgido, da parte dos alunos, essencialmente mas não exclusivamente, algumas dúvidas em relação aos locais onde é obrigatório o uso de máscaras, entendi escrever este texto com respostas às perguntas que mais frequentemente colocam.

Em que locais é obrigatório o uso de máscaras?

De acordo com o artigo 13º B do Decreto-Lei n.º 10-A/2020, de 13 de Março de 2020 o uso de máscara é obrigatório para maiores de 10 anos, nos seguintes locais:

Nos espaços e estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços;

Nos edifícios públicos ou de uso público onde se prestem serviços ou ocorram actos que envolvam público;

Nos estabelecimentos de educação, de ensino e nas creches;

No interior das salas de espectáculos, de exibição de filmes cinematográficos ou similares;

Nos transportes colectivos de passageiros.

 

Há excepções a esta obrigatoriedade?

Sim. Uma mais específica: “quando, em função da natureza das actividades, o seu uso seja impraticável.” Por exemplo, nas aulas de Educação Física, não só não é obrigatório o uso, com é totalmente desaconselhado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). E uma mais geral: “Declaração médica que ateste que a condição clínica da pessoa não se coaduna com o uso de máscaras.

 

Então nas ruas, o uso de máscara não é obrigatório?

Existe uma obrigação subjectiva, plasmada no número 1 do artigo 3.º da Lei n.º 62-A/2020, de 27 de Outubro, portanto muito recente, que refere que: “É obrigatório o uso de máscara por pessoas com idade a partir dos 10 anos para o acesso, circulação ou permanência nos espaços e vias públicas sempre que o distanciamento físico recomendado pelas autoridades de saúde se mostre impraticável”, para pessoas que não pertencem à mesma família. Mas, na prática, esta obrigatoriedade é objectivamente inexistente. Além da possibilidade de apresentação de declaração médica que ateste que por razões de saúde não podemos usar máscara e da actividade que estamos a praticar nos dispensar do seu uso (como comer, correr, andar de patins, de skate, de bicicleta, caminhar vigorosamente, etc.) extensíveis às obrigações acima descritas, ainda temos a questão de a obrigatoriedade do uso estar dependente de se mostrar impraticável o distanciamento físico de um metro (recomendado pela OMS). Ou seja, se estivermos na rua sem máscara (sem declaração médica e sem estarmos a praticar alguma actividade incompatível com o seu uso) ao sermos abordados por uma autoridade (ou por alguém que se sinta incomodado com a situação) esta terá de mostrar que era impraticável, para nós ou para o queixoso, o afastamento de um metro. Não imagino muitos locais (ou situações) onde isto possa ser demonstrado. Na prática, salvo em situações muito excepcionais, o uso de máscara na rua é opcional.

quinta-feira, 4 de junho de 2020

Que é que se ganha com a brutal inflação dos números da CoViD-19?

Seguindo as sugestões da Organização Mundial de Saúde (OMS) a nossa Direcção-Geral da Saúde (DGS) insiste na patética ideia de testar assintomáticos parecendo procurar desesperadamente inflacionar o número de positivos mesmo que muitos deles sejam falsos positivos.

Não contente com isto, a DGS usa o termo “casos confirmados” para se referir ao número de testes positivos, caindo assim num duplo erro – se alguém obtiver hoje um resultado positivo num teste PCR e daqui por três ou quatro dias voltar a testar positivo conta como dois “casos confirmados”; se estiver efectivamente doente (com sintomas) temos um “caso confirmado” a mais, mas se não estiver doente temos dois “casos confirmados” que no mundo real não se confirmam. Para ajudar à festa, a DGS permite (porque não pede para corrigir) que a comunicação social chame “infectados” ao que ela (DGS) chama “casos confirmados”. Quantos casos destes ocorrem a nível nacional? Ninguém sabe.

Não contente com a brutal falsificação do número de doentes, a DGS (ainda acompanhando a OMS) falsifica igualmente o número de internados (incluindo os internados em Unidades de Cuidados Intensivos) e o número de vítimas mortais. A DGS divulga diariamente o número de internados (e de óbitos) pelas mais variadas causas, que têm um teste PCR positivo fazendo passar a ideia de que são Internamentos (ou óbitos) por causa da CoViD-19 (vários deles, assintomáticos para infecção respiratória).

Qual é a vantagem desta manipulação grosseira da informação? Responda quem souber.

segunda-feira, 6 de abril de 2020

Testar, testar, testar? Não, não, não!

Na sequência da declaração de pandemia, por parte da OMS (Organização Mundial de Saúde) pela infecção respiratória CoViD-19, este organismo político, não científico, como todas as instituições da ONU, pediu aos governos para encetar uma política de testagem em massa [através dos testes PCR (Reacção em Cadeia da Polimerase)] com o objectivo de detectar o mais precocemente possível os doentes com CoViD-19 e evitar a propagação do vírus (SARSCoV2) rapidamente, pela comunidade.

O apelo da OMS está a ser seguido pela generalidade dos países, de forma mais ou menos acrítica e, ao que tudo indica, tal atitude, a ser seguida pelas populações, vai gerar um número gigantesco de (hipotéticos) casos, a maioria dos quais falsos positivos (o teste alegadamente indica a presença do vírus, mas ele não está presente no indivíduo, ou estando, a carga viral não é suficiente para provocar doença ou transmissão a outra pessoa) que sobrecarregará inutilmente os funcionários responsáveis pelos inquéritos epidemiológicos e gerará um alarme social desnecessário.

Vou tentar explicar:

Ponto 1 – Não há infecções respiratórias assintomáticas. Uma infecção respiratória (que pode ser causada por vírus, bactérias, fungos ou substâncias inaladas) apresenta alguns (ou todos) os seguintes sintomas: tosse (seca ou com expectoração) dores de garganta ou sensação de garganta inchada, febre (normalmente alta) dores musculares (principalmente nas costas), nariz entupido ou corrimento nasal, falta de apetite, perda do cheiro ou do sabor, gânglios linfáticos inchados, etc.

Ponto 2 – Não há um tratamento específico para esta infecção respiratória (CoViD-19) pelo que, mesmo para as pessoas que apresentam sintomas, cada um deles terá o mesmo tratamento inicial que qualquer outra infecção respiratória de origem viral

Ponto 3 – O argumento da transmissão da doença também não justifica o teste porque é também extensível às outras infecções respiratórias. Para evitar o contágio com outras pessoas deve-se colocar um lenço de papel à frente do nariz e da boca sempre que se vai tossir ou espirrar e, de preferência, rodar, virando as costas à pessoa que está mais próxima de nós. O lenço deverá depois ser depositado no lixo. Não havendo lenço, aquando do espirro ou da tosse, devemos colocar o braço dobrado, à frente da boca e do nariz e igualmente voltar as costas à pessoa mais próxima. Se apresentarmos febre alta devemos ficar em casa.

Ponto 4 – Os testes PCR, inventados pelo bioquímico norte-americano Kary Banks Mullis no início dos anos oitenta (e que lhe valeram o Prémio Nobel da Química em 1993) não são testes de diagnóstico, nem são específicos para o vírus SARSCoV2. PCR é uma técnica que pega (neste caso) num pedaço da molécula de RNA (Ácido Ribonucleico) [a mesma técnica também se usa para partes de moléculas de DNA (Ácido Desoxirribonucleico)] encontrado na amostra de fluido nasal ou saliva recolhidos e reproduz mais pedaços de RNA iguais, até à quantidade que desejarmos, bastando para isso ir repetir a execução do procedimento – a que se chama número de ciclos.

Este erro, de aplicação de PCR como teste de detecção de vírus já tinha sido cometido pela OMS (e repetido por quase todo o mundo) logo no final dos anos oitenta com o HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) que alegam ser o causador da SIDA (Síndroma de Imunodeficiência Adquirida). Tal erro levou o próprio Kary Mullis a explicar, de forma simples, que “PCR é apenas um processo usado para fazer muita coisa a partir de alguma coisa. Ele não diz a uma pessoa se ela está doente” (…) “PCR quantitativo é um oximoro.” (Tradução minha.)

Ou seja, a aplicação da técnica de PCR indica a presença de RNA (ou de DNA) numa amostra mas não permite identificar a que organismo ele pertence, nem qual a quantidade desse RNA (ou DNA) presente na amostra. Mas permite que esses pedaços de RNA (ou DNA) sejam replicados tanto quanto o desejarmos.

segunda-feira, 16 de março de 2020

Temos novamente uma pandemia…

No passado dia 11 de Março a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou, na sua sede, em Genebra (Suíça) através do seu máximo dirigente, o Director-Geral Tedros Adhanom Ghebreyesus, uma pandemia de uma nova infecção respiratória de nome CoViD-19 (abreviatura para Doença por Corona Vírus de 2019) alegadamente provocada por um novo vírus surgido há pouco mais de dois meses na China e denominado SARSCoV2 (abreviatura para Síndrome Respiratória Aguda Severa – Corona Vírus – 2). A OMS justifica a declaração política de pandemia pelos “níveis alarmantes de propagação e inacção”.

A detecção do vírus e consequente declaração obrigatória da doença é feita através de um teste PCR (Reacção em Cadeia da Polimerase) que vai replicar sucessivamente algum pedaço conhecido de parte da molécula de DNA (Ácido Desoxirribonucleico) do vírus.

 

Recorde-se que no início de 2009 a OMS declarou uma pandemia de outra infecção respiratória, inicialmente denominada de Gripe Suína e posteriormente renomeada para Gripe A, cujo agente infeccioso era (alegadamente) uma das estirpes de tipo A do vírus Influenza, concretamente a muito conhecida estirpe H1N1 que em 1918-1919 terá sido responsável pela mais mortífera pandemia da história da humanidade, a Gripe Espanhola. À época, a declaração de pandemia veio a constatar-se ter sido manifestamente exagerada dado o baixo número de pessoas infectadas, de complicações graves e de mortes, em comparação com o número de vítimas anuais que a Gripe provocada por este e outros vírus costuma produzir. Em Agosto de 2010 a OMS declarou o fim daquela que foi provavelmente a mais ridícula pandemia da história.

 

Da forma como as coisas estão a começar algo parece não ter lógica. Vamos esperar pelos desenvolvimentos.

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

A sazonalidade da mortalidade

Quando há (quase) seis mil anos os sumérios fundaram a primeira civilização, escolheram para se instalarem uma terra extremamente quente, a Mesopotâmia, zona compreendida entre os dois grandes rios da região: o Tigre e o Eufrates, no actual Iraque.

Há, hoje, quem defenda que a escolha do local foi aleatória, mas também há quem ache que não terá sido uma coincidência e, numa época em que estava (quase) tudo por inventar, provavelmente os sumérios terão percebido que o fundamental para a sobrevivência era: a luz solar e a água, abundantes.

Foi com a evolução dos conhecimentos – a ciência – e com a evolução da sua aplicação prática – a tecnologia – que o homem foi aprendendo a manipular o clima à escala local (invenção do fogo, domínio dos metais, construção de casas, abertura de poços e de canais de irrigação, construção de estradas, etc.) e isso permitiu-lhe, aos poucos, expandir-se para latitudes e altitudes onde a sobrevivência era bem mais difícil.

Todas as grandes civilizações do passado (sumérios, babilónios, egípcios, fenícios, gregos e romanos) habitaram nas zonas mais quentes do planeta (clima desértico e clima mediterrânico). Taxas de mortalidade mais baixas e consequentemente mais anos de vida devem ter permitido a estes povos uma maior facilidade na transmissão de conhecimentos às novas gerações.

Sabemos hoje que a maioria das doenças apresentam alguma sazonalidade: à medida que os dias vão ficando mais quentes o número de afectados por elas e a gravidade das mesmas tem tendência para diminuir. As infecções respiratórias, actualmente a terceira maior causa de morte no mundo, são as que apresentam maior sazonalidade. Gripes e Pneumonias chegam a matar duas vezes mais pessoas em duas ou três semanas frias de Inverno que no conjunto dos quatro meses mais quentes do ano e isto tem uma influência significativa na mortalidade total.

Aqui fica um gráfico de barras (cada uma a corresponder a um mês do ano) que mostra a média mensal do número de mortos em Portugal entre 1998 e 2010. A linha vermelha representa a média anual. Nele se destaca que (em Portugal) Setembro é o mês com menor mortalidade (menos de 7 mil falecimentos) por efeito cumulativo das horas de luz solar e calor do longo do Verão. Em oposição, Janeiro (habitualmente o mês mais frio e com menor número de horas de sol) apresenta a mortalidade mensal mais elevada (mais de 10 500 óbitos) excedendo em mais de 50% o valor de Setembro.

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terça-feira, 17 de outubro de 2017

Qual é o tamanho de um pénis?

Esta é, provavelmente, a pergunta que na adolescência mais gostaríamos de fazer em matéria de sexualidade, mas por vergonha a maioria coloca-a apenas a si próprio.

É habitual este tema preocupar ambos os sexos durante a adolescência, nomeadamente nos anos anteriores ao início da actividade sexual. No entanto, na idade adulta a preocupação com o tamanho do pénis parece quase restringida ao homem. Inquéritos recentes realizados pelo telefone (portanto sem valor científico) mostram que cerca de metade dos homens está convencido que o seu pénis é demasiado pequeno, mas apenas 5% das mulheres afirmam que gostariam que o pénis do seu parceiro fosse maior.

Desconhece-se a origem desta tendência masculina para se preocupar com o tamanho do pénis mas pensa-se que terá surgido já em pleno século XX com a vulgarização da pornografia e sido posteriormente inflacionada com a publicidade a produtos e a cirurgias que alegadamente aumentam o tamanho do pénis. Como sabem, a Teoria da Evolução das Espécies coloca os humanos na classe dos mamíferos e na ordem dos Primatas (conjuntamente com os macacos, os símios, e os lémures). Apesar de o Gorila ser o maior mamífero da ordem (de altura idêntica à do homem, variando entre 140 e 200 cm, mas muito mais pesado, com oscilação entre os 140 e os 230 kg) é, no entanto,  o homem que apresenta (de longe) o maior pénis entre os primatas. Este facto deveria ser suficiente para nos acalmar, mas assim não acontece com muitos de nós.

À nascença, a medida média de um pénis de bebé é de 3,5 cm. Mas nos dois primeiros anos de vida o seu crescimento (tal como o da generalidade dos nossos órgãos) é acelerado passando a medida média para cerca de 5 cm. A partir desta idade o seu crescimento é mais lento, demorando dez anos para conseguir um crescimento idêntico ao dos dois primeiros anos de vida. Assim, quando começa a adolescência (final dos 12, início dos 13 anos, o pénis dos rapazes não costuma ultrapassar os 6,5 cm de comprimento. Nestas idades o corpo humano aumenta significativamente a produção de hormonas (nomeadamente sexuais) e os pénis começam a adquirir erecções visíveis. Começam então as preocupações com o tamanho e a espessura, tanto do pénis flácido como em erecção. Curiosamente, em alguns rapazes o pénis, quando flácido, continua a crescer acompanhando o crescimento corporal até aos 21 ou 22 anos, podendo atingir mais de 10 cm de comprimento. No entanto, muitos outros rapazes apresentam um crescimento muito reduzido do pénis flácido e atingem a idade adulta com um pénis que, quando estão com frio, pode não ir além dos sete centímetros de comprimento. Calma! Uma coisa é a medida do pénis flácido, outra, a medida erecto. Na Grécia antiga, por exemplo, um pénis flácido comprido era considerado ridículo e por isso, o ideal de beleza da época obrigava a representar os deuses com pénis flácidos pequenos, que significavam grande potência sexual e grande diâmetro quando em erecção. Esta forma de pensamento atravessou todo o Império Romano e a Idade Média, ganhando ainda mais força no período do Renascimento. O exemplo mais famoso deste modo de pensar é a estátua do Rei David, escultura com 5,17 metros de altura, da autoria de um dos mais famosos artistas de todos os tempos, Michelangelo. Pénis de rapazes e homens adultos aparentemente pequenos, quando flácidos, ainda hoje constituem um símbolo da potência sexual do homem em todos os países de cultura judaico-cristã.

Então, porquê a preocupação com o tamanho?

Tanto urologistas como psiquiatras e psicólogos parecem concordar que se trata de uma insegurança associada ao medo de não conseguir agradar visualmente à parceira, associada ao mito urbano de que os pénis pequenos deixam as parceiras sexuais insatisfeitas.

Mas, afinal, quanto é que mede um pénis normal em erecção?

Dada a popularidade do tema “sexo” a internet está pejada de alegados estudos que na prática mais não são que inquéritos directos, nos quais as respostas sobre o comprimento do membro são dadas pelo próprio e, portanto, não têm qualquer credibilidade. Considerando a delicadeza do tema, compreende-se que sejam conhecidos poucos estudos científicos, em que as medições tenham sido efectuadas por profissionais de saúde, de forma padronizada, abrangendo indivíduos de várias etnias, com revisão por pares e publicação em revista científica. Credíveis, portanto. Destaco os dois mais completos por abrangerem o maior número de voluntários.

Um dos estudos é de 1996, envolveu sete mil voluntários e foi publicado no “Journal of Urology”. Concluiu que os pénis flácidos apresentam uma variação em tamanho muito maior que quando estão em erecção e que a média do comprimento de um pénis adulto erecto é de 5,08 polegadas (12,9 cm).

Uma meta-análise (um estudo que analisa vários outros estudos e é tido como o mais credível dos vários tipos de estudos científicos) publicada na BJU International (a mais prestigiada revista científica de urologia) em 2015, abrangendo um total de 15 521 medições efectuadas em cerca de 15 países de quatro continentes (Europa, África, Ásia e América) concluiu que a média do comprimento do pénis humano adulto, erecto, medida na parte superior do órgão, entre a pele que cobre o osso púbico e a extremidade da glande, é de 13,12 centímetros. Sendo que, apenas 1,5% dos homens apresenta pénis menores que 11,5 cm e menos de 1% exibe pénis com comprimento superior a 14,5 cm. O metaestudo concluiu também que o perímetro médio do pénis adulto, erecto, medido na base, junto da pele que cobre o osso púbico (local onde apresenta o maior valor) é de 11,66 cm. Tendo 99% dos homens apresentado valores entre os 10 e os 13,5 cm.

Refira-se ainda, que os estudos mais credíveis apontam para que a vagina de 95% das humanas adultas, quando sexualmente excitadas apresenta uma profundidade não superior a 14 cm e a quase totalidade da sensibilidade vaginal se situa nos 4 primeiros cm (junto à entrada).

Refira-se igualmente que em medicina só se considera que um pénis adulto é pequeno e necessita de intervenção médica quando em erecção apresenta um comprimento inferior a 7,5 cm. Problema extremamente raro, que afeta menos de um em cada dez mil homens.

Refira-se finalmente, que não são medicamente aconselháveis quaisquer cirurgias para aumento do pénis, a menos que tal seja aconselhado por um urologista experiente, pois tais intervenções têm inúmeros efeitos secundários graves que incluem a perda total de capacidade de erecção.

Conclui-se assim, que são totalmente infundados os receios dos rapazes e dos jovens adultos quanto às dimensões dos respectivos pénis.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

O Método Científico - Popper

 Nota prévia: Para compreenderes este texto aconselha-se a leitura prévia do anterior.

 

Embora o Método Científico, na concepção de René Descartes continue a ser muito utilizado nos nossos dias, alguns cientistas, menos crédulos em algumas teorias (ditas científicas, na realidade estapafúrdias) que se popularizaram no século passado (nomeadamente após a Segunda Guerra Mundial) preferem uma interpretação mais racional e conservadora do Método, que foi proposta (já em pleno séc. XX) pelo filósofo, psicólogo e professor austro-húngaro Karl Popper.

Para Popper, a larga maioria das alegadas teorias científicas são, na realidade, meras hipóteses. Popper é crítico da busca de evidências que confirmem a hipótese, propondo em alternativa que a terceira etapa do Método Científico – A experimentação – tenha como objectivo mostrar que a hipótese é falsa. Segundo ele, não há forma de demonstrar que uma hipótese é verdadeira. Ela será tanto menos falsa quanto mais experiências falharem na tentativa de a mostrarem falsa.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

O Método Científico - Descartes

A palavra ciência deriva do latim “scientia” que significa conhecimento. No entanto, nestes quase seis mil anos de civilização juntámos tantos conhecimentos que hoje é habitual distinguirmos dois tipos: o senso comum, forma de conhecimento mais simples, adquirido facilmente pela observação ou transmitido (normalmente) oralmente pelos mais velhos; e o conhecimento científico, que ainda que seja tão antigo como a própria humanidade é mais elaborado e pressupõe uma forma de o adquirir, através de uma sequência de procedimentos, conhecida por Método Científico.

A autoria é do filósofo francês René Descartes, no livro “Discurso do Método” publicado pela primeira vez na Holanda em 1637 mas que só se tornou conhecido no meio académico após a sua tradução para o latim em 1656. Sendo o livro em causa um tratado matemático e filosófico é, no entanto, possível resumir o Método Cientifico proposto por Descartes em quatro etapas relativamente simples de compreender:

1- Observação - a compreensão dos fenómenos que ocorrem a nossa volta só é possível com uma observação minuciosa e exaustiva dos mesmos;

2- Hipótese – com o conjunto de observações, medições, cálculos etc. e com a preciosa intuição do cientista, é possível propor uma explicação para o fenómeno;

3- Experimentação – é agora necessária imaginação e engenho para pensar e executar experiências que confirmem a hipótese proposta, em linguagem moderna, a busca da evidência (para avançarmos para o ponto 4). Se a(s) experiência(s) não confirma(m) a hipótese há que reformulá-la ou admitir outra hipótese;

4- Conclusão ou Tese – As evidências recolhidas na etapa três são vastas e parecem deixar poucas dúvidas quanto à validade da hipótese, temos então uma Teoria (ou um pequeno pedaço de uma longa teoria) – Em alternativa, passam muitos anos, centenas ou milhares de experimentações são realizadas e todas confirmam a hipótese, neste caso, temos uma Lei.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Dormir pouco prejudica a saúde?

Estudos recentes permitem afirmar que mais de 50 por cento dos estudantes dormem menos horas, por noite, que o necessário, o que tem um impacto negativo no sucesso escolar. Quem o afirma é a médica neurologista, Teresa Paiva, em entrevista ao jornal Público (14-08-2011).
Especialmente em época de férias é comum encontrarmos jovens que adoptam uma rotina de sono trocada em relação ao dia e à noite. Saem e divertem-se até de madrugada, deitam-se de manhã, dormem até meio da tarde e acordam já de noite para voltarem a deitar-se de madrugada. Mesmo em tempo de aulas, embora reduzam este ritmo, a tendência, para grande número de crianças e jovens portugueses, é para deitar tarde e levantar cedo e, portanto, dormir pouco. Tal prática pode ser muito prejudicial, alerta a médica. As crianças que dormem menos do que precisam têm um risco aumentado de hipertensão arterial, de diabetes, de insucesso escolar, de depressão e de insónia, explica, alertando para a gravidade da situação, dado tratar-se de “doenças crónicas que passam a constituir problemas para toda a vida”. Dormir menos do que se precisa “afecta a aquisição de conhecimentos, com enfase no raciocínio abstracto” e traduz-se em insucesso escolar, sobretudo em disciplinas como a Físico-Química e a Matemática, cujas classificações (nacionais) são tradicionalmente as mais baixas. Mesmo que os jovens que trocam o dia pela noite consigam dormir, o número de horas necessário, durante o dia, esse sono "não tem qualidade", afirma a neurologista. Estes adolescentes (e jovens adultos) dormem fora da fase biológica do sono, potenciando tendências para a depressão e para a obesidade, aumentando o risco de desenvolvimento de cancros (em idades mais avançadas). Está cientificamente provada a importância da luz natural na saúde, nota Teresa Paiva. Explicando o benefício de dormir de noite, lembra que “as primeiras células que existiram aprenderam a multiplicar-se de noite e não de dia”. “As hormonas que facilitam a divisão celular são, muitas delas, produzidas exclusivamente quando estamos a dormir “. É de noite que “ocorre o maior número de interacções entre os neurónios nas várias fases do sono". Não somos nem ratos nem morcegos, somos uma espécie evoluída que não foi feita para dormir (significativamente) durante o dia, nota a neurologista, referindo que “temos relógios biológicos que estabelecem tarefas diferentes para o organismo, conforme se trate da noite ou do dia”. É importante termos em conta que uma criança de dez anos deve dormir dez horas por noite (tanto mais quanto menor for a sua idade) e um adolescente e um jovem adulto devem dormir, em média, nove horas em cada 24. A médica alerta para o facto de, em Portugal, se trabalhar imensas horas (por vezes mais de 50), sendo que, pelo facto de os pais passarem tanto tempo fora de casa (e também devido aos longos horários escolares) as crianças e jovens passam demasiado tempo na escola, e para terem tempo para outras actividades (actividades extracurriculares, convívio com os amigos, brincadeira, etc.) “roubam” horas ao sono. Como consequência disto, a saúde mental da nossa população deteriora-se, logo desde a infância e adolescência. Chegada a idade adulta aumentam as doenças psiquiátricas e o consumo de tranquilizantes. O número de suicídios atinge (no nosso país) valores preocupantes (aproximando-se dos valores dos países de elevadas latitudes, como os nórdicos, que passam parte significativa do ano com poucas horas de luz e sofrem de depressões daí derivadas).
Conclui a médica que, as pessoas devem perceber que quanto mais horas trabalharem mais horas têm de dormir e mais horas devem praticar exercício físico, igualmente, mais equilibrada deve ser a alimentação.
Em resumo, trabalhar e estudar muito e dormir sistematicamente pouco e/ou a horas biologicamente inapropriadas pode a médio prazo ter consequências graves tanto ao nível da saúde física como mental.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Apresentação (2)

Desde o início do corrente ano lectivo de 2011-2012 a Equipa de Educação para a Saúde passou a ser coordenada pela professora Luz Ova. Relembramos que o endereço de correio electrónico pescacilhastejo@gmail.com se mantém disponível para colocação de dúvidas relacionadas com a educação para a saúde.
Aproveitamos para agradecer todas as visitas ao nosso espaço virtual, esperando que elas continuem a ocorrer. Este “local” (também) é vosso.