Esta é, provavelmente, a pergunta que na adolescência mais gostaríamos de fazer em matéria de sexualidade, mas por vergonha a maioria coloca-a apenas a si próprio.
É habitual este tema preocupar ambos os sexos durante a adolescência, nomeadamente nos anos anteriores ao início da actividade sexual. No entanto, na idade adulta a preocupação com o tamanho do pénis parece quase restringida ao homem. Inquéritos recentes realizados pelo telefone (portanto sem valor científico) mostram que cerca de metade dos homens está convencido que o seu pénis é demasiado pequeno, mas apenas 5% das mulheres afirmam que gostariam que o pénis do seu parceiro fosse maior.
Desconhece-se a origem desta
tendência masculina para se preocupar com o tamanho do pénis mas pensa-se que
terá surgido já em pleno século XX com a vulgarização da pornografia e sido
posteriormente inflacionada com a publicidade a produtos e a cirurgias que
alegadamente aumentam o tamanho do pénis. Como sabem, a Teoria da Evolução das
Espécies coloca os humanos na classe dos mamíferos e na ordem dos Primatas
(conjuntamente com os macacos, os símios, e os lémures). Apesar de o Gorila ser
o maior mamífero da ordem (de altura idêntica à do homem, variando entre 140 e
À nascença, a medida média de um
pénis de bebé é de
Então, porquê a preocupação com o tamanho?
Tanto urologistas como psiquiatras e psicólogos parecem concordar que se trata de uma insegurança associada ao medo de não conseguir agradar visualmente à parceira, associada ao mito urbano de que os pénis pequenos deixam as parceiras sexuais insatisfeitas.
Mas, afinal, quanto é que mede um pénis normal em erecção?
Dada a popularidade do tema “sexo” a internet está pejada de alegados estudos que na prática mais não são que inquéritos directos, nos quais as respostas sobre o comprimento do membro são dadas pelo próprio e, portanto, não têm qualquer credibilidade. Considerando a delicadeza do tema, compreende-se que sejam conhecidos poucos estudos científicos, em que as medições tenham sido efectuadas por profissionais de saúde, de forma padronizada, abrangendo indivíduos de várias etnias, com revisão por pares e publicação em revista científica. Credíveis, portanto. Destaco os dois mais completos por abrangerem o maior número de voluntários.
Um dos estudos é de 1996,
envolveu sete mil voluntários e foi publicado no “Journal of Urology”. Concluiu
que os pénis flácidos apresentam uma variação em tamanho muito maior que quando
estão em erecção e que a média do comprimento de um pénis adulto erecto é de
Uma meta-análise (um estudo que
analisa vários outros estudos e é tido como o mais credível dos vários tipos de
estudos científicos) publicada na BJU International (a mais prestigiada revista
científica de urologia) em 2015, abrangendo um total de 15 521 medições
efectuadas em cerca de 15 países de quatro continentes (Europa, África, Ásia e
América) concluiu que a média do comprimento do pénis humano adulto, erecto,
medida na parte superior do órgão, entre a pele que cobre o osso púbico e a
extremidade da glande, é de
Refira-se ainda, que os estudos
mais credíveis apontam para que a vagina de 95% das humanas adultas, quando
sexualmente excitadas apresenta uma profundidade não superior a
Refira-se igualmente que em
medicina só se considera que um pénis adulto é pequeno e necessita de
intervenção médica quando em erecção apresenta um comprimento inferior a
Refira-se finalmente, que não são medicamente aconselháveis quaisquer cirurgias para aumento do pénis, a menos que tal seja aconselhado por um urologista experiente, pois tais intervenções têm inúmeros efeitos secundários graves que incluem a perda total de capacidade de erecção.
Conclui-se assim, que são totalmente infundados os receios dos rapazes e dos jovens adultos quanto às dimensões dos respectivos pénis.